A lâmina da assassina - Sarah J. Maas


Depois de devorar ACOTAR ("A court of thorns and roses" ou "Corte de espinhos e rosas") e Crescent City em pouco mais de três meses, eu finalmente me aventurei por Trono de Vidro.

"Lâmina da assassina" não é o primeiro livro publicado na série, mas é o primeiro para quem quer entender sem dificuldades. São emoções diferentes - seguir a linha do tempo x seguir a ordem de publicação. Depois dele, li os dois primeiros da série e abandonei. Isso foi ano passado.

Decidi pegar de novo agora, em um afã para completar as séries empacadas da estante e do Kindle. 

É um livro bom,  feito de contos organizados de forma a entendermos a protagonista de ToG (o apelido de "Trono de vidro", "Throne of glass"). 

Ocorre que Celaena é a protagonista-padrão de Sarah Maas. E isso não é uma crítica. Tirando a Nestha e Elain (irmãs de Feyre, a protagonista de ACOTAR), as personagens dela são realmente poderosas, mas acham que o mundo gira em torno de seus umbigos. Não importa se a história gira em torno delas. O fato é que suas vitórias não são individuais, mas o trabalho de um bocado de gente sem as quais, a protagonista teria perecido. Elas são salvas em um momento ou outro, tanto emocional quanto fisicamente.

Dentre Celaena (Trono), Feyre (Corte) e Bryce (Crescent), a última é a menos egocêntrica. Ainda assim, continuo com uma preferência clara por Nestha.

Não é bem uma crítica e de forma alguma sou contra o empoderamento feminino. Sou contra o narcisismo e a total falta de humildade, mas vamos em frente. Para mim, empoderamento tem muito mais a ver com equilíbrio, respeito ao próximo, autoconhecimento do que com se impor e se vangloriar. Mas vamos ao que interessa.

Celaena tem 16 anos nesse livro. Já matou mais do que os dias vividos, é boa no que faz e foi criada/treinada diretamente pelo chefão de uma gangue (Liga dos Assassinos). 

Em altos e baixos, ela passa por aventuras e termina nas garras do inimigo. Final não previsível e bem trabalhado, devo dizer.

Assim como da primeira vez que li, não superei o que aconteceu com Sam. Mas a verdade é que Celaena não o amava. #prontofalei

A autora tem a pena de ouro na mão quando narra o sofrimento. Da mesma forma como nas outras séries, há um sofrimento que beira o insuportável descrito de tal forma que quase sentimos a dor da personagem.

Em certo ponto, Celaena diz que o chefe da gangue (aquele que a criou) cumpria alguns papéis, dentre os quais o de pai e de amante. Para mim, é extremamente problemática essa visão dela, mesmo que nunca tenha realmente acontecido nada entre ela e o chefe, Aerobyn.

Aerobyn é, desde a primeira aparição, transparente no seu papel.

Há rumores bem consistentes de que as três séries vão se juntar em algum ponto, o que já foi apontado em Crescent City 2. A minha ideia é tentar entender o mundo que Sarah Maas criou porque, até o momento, sigo perdida na lógica.