"Indomada" é o último livro da série "Perdida", da autora brasileira Carina Rissi. O primeiro livro foi adaptado para o cinema e está com data de lançamento para 13 de julho de 2023.
A pouco tempo, palpitei aqui sobre outros dois (Desencantada e Prometida). Agora, enfrentamos a história das duas filhas de Sofia e Ian (os protagonistas principais da série).
O começo do livro me deixou um pouco embananada, porque está escrito em primeira pessoa e demorei a "cair a ficha" de que era a Sofia escrevendo. Ao longo da obra, as epígrafes são trechos de uma carta que a Sofia escreve para Nina, sua amiga do futuro. Não curti muito, porque ficou um pouco "enrolação" (do tipo "agora vai contar o rolo", mas não conta; e o mesmo por capítulos a fio).
O segundo ponto que não curti foi a voz da Sofia - muitíssimo parecida com a menina de 20 e poucos e nada coerente com uma mãe de 40 e tantos. Ela é imatura por demais e, em todos os capítulos narrados na voz dela, me senti incomodada com essa questão.
Sofia e Ian tem duas meninas. A mais velha, Marina, é apaixonada pelo amigo de infância (Samuel, o "filho adotivo" da Elisa, irmã de Ian (Prometida). Samuel partiu para a Inglaterra para estudar medicina e seguir os passos do pai adotivo, Lucas. Demorou muitíssimo pra dar as caras, parou de escrever e, a princípio, se tornou um libertino padrão. A discussão deles gira em torno de violência doméstica (em vários prismas - mulheres, crianças, idosos).
A segunda filha, é Analu, médica por prática e observação, extremamente inteligente e culta, que vive as agruras de ser uma mulher no século. A discussão dela gira em torno de as mulheres poderem ou não estudar.
Marina é impulsiva e, quando escuta que o amigo ficou noivo, decide aceitar a primeira proposta mediana que lhe fazem.
Analu recebe a visita de Alexander (personagem enigmático que vai e vem ao longo da série), que a alerta sobre um perigo que Marina está correndo. Analu recebe a missão de acabar com o casamento da irmã e é colocada em conflito, já que nutria uma paixonite de infância pelo noivo.
Sofia e Ian estão em crise matrimonial por conta da mentira que ele conta - escondeu dela que sabia que Analu seria "visitada" pelo Alexander por mais de 20 anos.
Há alguns rolos de fundo, que vão se "desenrolando" e "surpreendendo" ao longo da trama. Há o "típico bom rapaz" que se mostra vilão, há uma cena tórrida com a Marina e seu amor (chega a ser um tanto inverossímil acreditar que a primeira vez dos dois rendeu quatro "momentos").
A autora usa diversas vezes a expressão "espalmou a mão na barriga e no sobe e desce", ou algo do gênero. Incomodou, porque pareceu falha de edição.
Um ponto de destaque positivo é a referência a mulheres que tiveram que se vestir de homens e seus diversos motivos. Algumas referências são, inclusive, históricas.
O outro ponto que gostei bastante foi o final de Alexander - que basicamente acabou conferindo estrelinhas a mais na minha avaliação crítica.
Não é o meu preferido da série, nem de longe. Acho que pecou na voz da Sofia, e na forma como as epígrafes e capítulos de primeira pessoa interferiram na fluidez. Novamente, tudo ligado à "necessidade" de aparecer a visão da Sofia no livro.
Não consegui nenhum quote de destaque dessa vez.
PS. Minha edição é linda! :)