Esse é o primeiro livro da "Trilogia dos Príncipes" de Elizabeth Hoyt, muito elogiada por todos que conheço.
A história do conde feio, marcado pela vida, grosseiro como porta de castelo e honesto como pastel japonês é boa, clichê e relaxante. Foram cinco horas presa na obra, querendo descobrir como a mocinha ia revelar sua mais secreta máscara: a de borboleta sensual.
A trama lembra muito "Codinome Lady V" e "Borboleta Negra", livros que li há alguns anos. Quem já leu vai entender as referências e, para quem não leu, ficam as dicas.
A viúva com uma sogra gente boa e o coração puro - que cuida de moças "desonradas" e as leva para a própria casa - é apenas outra utopia da modernidade que encanta os olhos daquelas que esperavam mais de suas antepassadas do que o conformismo surdo das salas de costura. Eu, por exemplo.
Sim, sim, eu entendo a posição social das moçoilas dos séculos passados. O que não entendo é a tacanhice das moças do século XXI que seguem com seus antolhos e machismos entranhados. Mas, vamos em frente.
Bem narrado, com cenas boas e um hot morno, traz novamente a marca das mulheres que leem no século XIX - quase o sonho crítico de Austen em seu contexto de exclusão educacional, quase como a crítica controversa de Madame de Villeneuve e seu "A Bela e a Fera" original. E, sim, eu sei que a história se passa no século XVIII.
A decepção do beijinho morninho e chinfrim no estábulo foi esquecida quando a cena silenciosa na "casa da perdição" tomou conta das páginas. As cenas. E, bom, a verdade é que eles se acharam um no outro dentro de um quarto escuro.
O corvo de Hoyt é retilíneo, sem grandes saltos ou emoções, como é de se esperar da leitura leve e descomprometida que promete. O leitor até imagina que o final vai problematizar, especialmente quando o moço diz "vou fazer ela pagar", mas o preço é tão baixo que nem vale a pena mencionar.
Fui dormir feliz. Valeu a leitura.
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