Sim, eu sei que já não tinha gostado dos dois outros livros que li dessa série ("Married to magic").
Mas, enfim, estava disponível no Kindle Unlimited e eu resolvi ler. Para desespero do meu TOC com coleção incompleta de livros físicos (vou ter que superar, já que não vou comprar o físico desse livro), a história não me agradou.
Adianto que dou spoilers abaixo.
O livro tem diversas cenas muitíssimo parecidas com a série "Corte..." da Sarah Maas. Começa com uma Cinderela (duas irmãs, uma boazinha e uma chata, igual a Freyre). Parte para um casamento com um homem esquisito que mora na beirada de uma floresta onde a mocinha não pode entrar, igual a Freyre.
O pai da mocinha morreu em uma "expedição", quase igual ao livro da Freyre (que o pai sumiu no penúltimo livro etc e tals).
A cena do vôo interrompido por uma flecha (ou tiro, não lembro) é igual ao livro da Freyre.
A cena do mocinho mostrando a cidade para a mocinha é igual ao livro da Freyre.
A cena do lago e das almas penadas que moram embaixo é igual ao livro da... Nestha!
Me dei ao trabalho de procurar quem publicou primeiro. Foi a Sarah Maas. Se fosse comparar, "Corte de espinhos e rosas" ganhava disparado. Construção de personagem, de conflito, de trama, descrição de cenário, imersão do leitor, narrativa instigante... enfim, muito melhor.
Mas vamos voltar...
Katria morava com a madrasta-má e duas irmãs, em uma quase falência (a despeito da sinopse, as semelhanças com a Cinderela param aí). Foi "vendida" para um lorde estranho nunca visto, que queria a mocinha e um livro que era da mãe da mocinha (e que a mocinha não podia dizer que era da mãe).
A mocinha vai para uma casa, onde é orientada a não ir aqui e ali. Se conforma, porque é super normal (#sqn). Ela não sabe o nome do marido e não está autorizada a vê-lo. Seu contato é com o mordomo. Enfim, começa a se apaixonar pelo marido (nadinha verossímil) e o homem vai embora. Ela decide explorar a casa e sai na floresta, onde encontra uma cerimônia bem "exótica", da qual participam o marido, um casal de amigos e o mordomo. A mocinha se mete na cerimônia e acaba "agraciada" com os poderes de todos os reis. Enfim, descobre que o marido, a quem nunca viu (e de quem não sabia nem o nome, acreditem!), é um rei destronado. Há uma batalha entre os feéricos em andamento.
A mocinha vai para o "acampamento" com o rei e seus amigos. Até aí, nada aconteceu entre eles. Vários climas forçadérrimos, uns beijinhos na cama, mas nada.
Enfim, ela, o marido e um casal de amigos vão para outro lugar, onde ela poderia "passar" os poderes de todos os reis para o marido. No caminho, há uma névoa estranha (lembra a história de Jennifer Armentrout), o casal de amigos some e o casal protagonista chega em um castelo lindo. Ali, ao invés de se preocuparem com o casal de amigos, os dois decidem consumar o amor.
O mocinho é capturado, mas ela decide que a "causa feérica" é a sua causa e passa a "entender" de encantamentos. Voltam para o "acampamento" e descobrem tudo destruído.
Aí, me perguntei: cadê o mordomo? Mas vamos lá.
Nós sabemos quem é a traidora logo de cara - e o motivo pelo qual o rei não sabia ainda é desconhecido pra mim, já que a traidora em questão atacou o rei na casa dele do mundo humano, antes dele fugir para a floresta e fazer a cerimônia estranha que falei acima.
Também é bastante óbvio o plot da história - o tal livro da mãe, as feridas nas costas da protagonista, o motivo pelo qual ela não definha no mundo feérico são pistas muitíssimo claras, longe de serem ganchos.
O final é lógico: ela termina sendo a rainha dos feéricos. Lembrou alguém? A Freyre.