Estou há tempos para ler esse livro. Resisti, e nem sei bem por que motivo. Mas o livro é bom, meu povo. E, se você o ler com calma, vai repensar muita coisa.
Sara Burns é bombeira e vive num mundo assolado. Cinco anos antes, os quatro cavaleiros do Apocalipse visitaram a Terra e deixaram um semi-caos. Eles sumiram por um tempo, mas Pestilência (O Conquistador) está de volta espalhando a Praga Messiânica.
O livro começa com uma disputa de palitos entre Sara e 3 amigos, para saber qual deles vai ficar na cidade para enfrentar Pestilência. Sara perde. Os outros vão embora.
Quando o cavaleiro chega - lindo, imponente e perigoso -, ela taca fogo no moço. Ele se recupera e, muitíssimo raivoso, faz barbaridades. De arrastar a menina com o cavalo até colocá-la face a face com crianças moribundas, Pestilência segue estoico no cumprimento de seu dever divino. "Sofrimento é para os vivo", ele repete incansavelmente.
É claro que nós sabemos que ele e Sara vão se apaixonar. L Ó G I C O.
Mas a grande estrela do livro é a maneira como conseguimos não sentir raiva do deus da devastação. Ao longo da história, ele prova para o leitor que está cumprindo seu dever, obedecendo ordens e cheguei até mesmo a entender seu lado quando um casal de idosos surgiu no livro.
Sara parece esquecer que tem família - a despeito de repetir algumas colocações ("eles estão me esperando na cabana etc e tals") várias vezes. Depois de um tempo, talvez se conforme com o fato de que estão todos mortos. Talvez simplesmente se esqueça. Não dá bem pra saber. Pra mim, foi ponta solta.
Dentro da cabeça de Sara - o livro é narrado por ela - vamos enxergando a crueldade que nasce do medo, a covardia que se revela com a oportunidade e o rancor que transborda nas promessas de vingança.
Associei a Estocolmo, tive raiva pelo perdão misericordioso que Sara demonstrou várias vezes, mas ainda assim - e talvez exatamente por isso - acho o livro bem bom.
O próximo da quadrilogia é Guerra. Espero que não me decepcione! :)
PS. Adoro essa capa da versão brasileira!