Death - Laura Thalassa


Decididamente, é o melhor livro da série ("Os quatro cavaleiros" - Pestilência, Guerra, Fome são os três primeiros). Sem sombra de dúvida. Que livro, meu povo!

A intensidade e a palpabilidade do sofrimento e do senso de dever de Tânatos são o ponto-chave do livro. Mas vamos ao começo.

Tânatos chega à Terra no final do livro anterior, arrumando briga com Fome, o Ceifador, e sua esposa, a brasileira Ana. Irritado porque Fome não cumpriu seu dever e, diferente dos dois anteriores, não "reconheceu a importância" da humanidade, ele mantém esse irmão imortal.

Passando pelas cidades, sai matando todo mundo. Basta encostar, pensar, olhar, piscar, desejar e puft! O povo morre. Todos, menos uma criatura - Lázaro - que ganhou esse nome porque não morre de jeito nenhum. Ela é a vida, ele é a morte. São côncavo e convexo, luz e sombra, amantes eternos.

Mas, afinal, o carinha levou toda a família dela embora e, patatipatatá, ela quer se vingar, "somos inimigos mortais" e pá e coisa.

Enfim, os irmãos (que se uniram no livro anterior pra impedir Tânatos de seguir com seu dever) aparecem quando Lázaro foi sequestrada pelo deus da morte. Anjo da Morte, talvez.

Ela foge e, em certa cidade fantasma, descobre um bebê que sobreviveu. Se apaixona pelo neném, Ben, e o toma como filho, passando a fugir desesperadamente de Tânatos.

Seis meses se passam e o bebê adoece. Feio. Meningite. Beira da morte. Ela enlouquece e recorre aos irmãos de Tânatos - Fome, é claro, que ainda é imortal. O cara cura o neném sob a condição: ela tem que seduzir Tânatos e fazê-lo acreditar na humanidade. 

O trabalho não se mostra tão difícil. Páginas e páginas dos dois descobrindo um ao outro e Tânatos, tão seguro de si mesmo, sequer desconfia que se tornou "o dever" dela seduzi-lo. Confesso que fiquei esperando essa revelação, a fúria dele, o mundo caindo como dominós alinhados e tals.

Mas o homem está decidido a cumprir a incumbência que Deus - ou melhor, a Deusa (porque ele se refere no pronome feminino "Her"/dela) - porque ele jamais descumpriu as ordens. Ele existe desde sempre, desde antes dos irmãos, desde que a vida foi criada. Ele existe porque ele precisa existir, porque não há vida sem morte. É bem lógico, se pararmos para pensar.

Enfim, vemos a batalha épica de Tânatos contra os irmãos e Lázaro. É tensa, agonizante, e termina de uma forma bem inesperada. Tânatos descobre o que é sofrimento e perda, coisa que nunca imaginou que fosse experimentar já que Lázaro não podia morrer.

O Epílogo é de uma delicadeza impressionante. Fecha com chave de ouro a série e enche Laura Thalassa da minha admiração e respeito.

Muito bom. Li em inglês no Kindle Unlimited.