"O último dos Devassos" é, como o nome diz, o último livro da coleção "O Clube dos Devassos", de Chiara Ciodarot.
A despeito do disclaimer inicial, é perfeitamente possível entender esse livro sem ler os outros. TODAVIA entretanto contudo, devo dizer que ler a série antes vai tornar essa experiência muito mais prazerosa.
A autora fez questão de uma costura temporal - acompanhamos duas histórias que vão se ligar à frente.
Começamos com um Prólogo poético: a noite de núpcias de um casal que se odeia (Inácio Junqueira e Lavínia Feitosa). Dali, partimos para o Devasso-mor, Montenegro, na cadeia, preso pelo assassinato de um dos vilões da série, depois que um dos seus filhos ser sequestrado no livro 4 (O beijo da Raposa). Montenegro, para quem não lembra, é casado com Amaia (livro 1 - A baronesa descalça) e tem uma invejável prole de time de futebol.
Um grande plus em toda a série é a História (com H). Que pesquisa, meus amigos! Se eu tivesse lido um livro desses quando estudava todo o movimento abolicionista brasileiro, eu certamente teria entendido muito melhor o pano de fundo que, convenhamos, as escolas deixam de fora.
É claro que um livro como esse, que traz um Devasso com D bem grande, não é material escolar (não importa o que digam, sigo afirmando que é classificação 18). Mas as faculdades de História DEVERIAM adotar como leitura complementar.
Mas sigamos.
Ao longo do texto, não só vamos descobrindo o amor junto a Inácio e Lavínia como acompanhamos o descortinar do crime. A cereja do bolo é a relação divertida de Canto e Melo e Estevão. Como eu ri com o poeta!!! Caetana, esposa de Canto e Melo, me surpreendeu no final (para quem a viu no livro 2, foi uma grata surpresa o que encontramos no finalzinho).
A autora presenteia os leitores com um microconto no final, e termina com chave de ouro essa série que eu, particularmente, tive orgulho de acompanhar desde o livro 1.