O príncipe dos canalhas - Loretta Chase


Devo dizer: essa foi a primeira (abril de 2016) de umas três vezes que li esse livro. Adoro. Segue o repost da minha primeira análise de "O príncipe dos canalhas".
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Há umas duas semanas atrás, convencida pelos suspiros das leitoras de um grupo do qual faço parte no Facebook (e por um crédito de R$ 10,00 na Amazon que ganhei porque tenho lindos olhos negros), comprei o e-book de Loreta Chase. Assim que baixou, fiz o meu habitual confere dos primeiros 10%.
O passado problemático do menino Dain é contado de forma interessante, deixando claro que seria um rapaz problemático. Se tornou um Marquês rico e cobiçado, porém um "canalha" como sugerido pelo título. Até aí, ótimo, o cara é humano. Entrou em uma loja e conheceu a audaciosa e atrevida Jessica. Fim.
Oh! Não... São 350 páginas ambientadas entre Paris e Londres! Gastei R$ 5,00 com isso?! Arquivei.
Troquei de livro e fui devorar mais um "Adaga Negra", do qual falarei depois - já que ainda devo uns 7 Adagas por aqui. Depois, fui ler "Memórias de uma Gueixa", "História da Vida Privada I" (ambos começados e interrompidos nos 10%). Li mais uns 3 capítulos para betagem, revisei os meus 3 livros, enfim, esqueci do canalha.
Ontem à noite, sem sono, peguei meu melhor amigo digital e bati os olhos ali. Falei "vou terminar" e assim se fez. Li ininterruptamente por 4 horas, até descobrir que, logicamente, acabaria como previ nos 10% iniciais. O interessante é que fiquei esperando algo dramático acontecer por todo o livro - como o cara realmente ser um canalha. Aguardei ansiosa, o momento pelo qual ela não conseguiria descascar aquele "cebola" e iria viver a vida feliz com outro cara. Ansiei pela hora que ele daria o tiro de misericórdia e dormiria com uma prostituta. Nada.
Depois que conheceu Jessica, Dain não conseguiu mais "desempenhar" com nenhuma prostituta. Sua vida focou-se na menina e vice-versa - em descrições bem legais de intelectos em conflito (do anti-herói e da mocinha). As cenas de beijos realmente parecem feitas para filme. "O cara corre atrás dela e a beija quando começam a cair grossas gotas de chuva", "o cara rodopia maravilhosamente bem com a moça no meio do salão, pega pela mão e corre para um local escondido para beija-la fervorosamente", "a mulher dá um tiro no cara" (ops, isso é novo!), "o cara castiga ela casando com ela", "felizes para sempre".
Confesso que gostei da forma fluida de Loretta ao descrever como eles sabiam que estavam apaixonados, mas se recusavam a ceder aos anseios da mente. Gostei das descrições sutis das cenas de amor. Gostei do livro, mas ando um pouco chateada com as histórias óbvias.
'"Não é nada contigo, Loretta; o problema sou eu", vira-se e embarca no trem rumo ao país dos livros de suspense.'
O cara é legal e problemático, a mocinha salva ele quando ele acha que nunca será salvo, eles se amam...
"Adaga...", "50 Tons...", "Peça-me..." são apenas formas diferentes de contar mais do mesmo. Uns, com toque leve vampiresco - envolvidos por uma trama contra Redutores. Outros, com masoquismo, sadismo ou como queira chamar. E os terceiros, com uma mistura de sexualidade e grosseria. Agora, é um romance do século XIX. Ah, eu não tinha contado isso? Bom, não fez tanta diferença. A única característica de romance histórico é que se passa em um tempo passado, porque não fala de fato histórico em nenhum momento. Sim, eu sei que não é essa a "definição" ou o "requisito", mas é o que os torna interessantes - discutir um fato histórico romanceado.
Mas preciso assumir: fiquei presa até quase 1 hora da manhã no livro e, só-Deus-sabe o quanto eu aprecio dormir cedo.
Loretta Chase é uma inglesa sessentona bem apessoada e com cara de gente boa. Formada em inglês, foi professora e escritora amadora por algum tempo. Até que conheceu um produtor e se casou com ele, começando a carreira profissional no final dos anos 80. Vou ler "O Último dos Canalhas". Um dia. Quem sabe.