Mais um repost de 2016 para me fazer refletir sobre como o meu gosto mudou com o tempo!
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A pilha de livros é enorme, mas volta e meia preciso de uma leitura leve e rápida pra distrair a cabeça e animar o coração. E isso é Loretta Chase Julia Quinn. Ops...
Simon é um duque com problemas na fala que foi rejeitado pelo austero pai. Daphne é uma moça de família e uma das irmãs mais novas do melhor amigo do protagonista.
Ele é do tipo "não caso nunca e nunca terei filhos". Ela é do tipo "quero casar e ter filhos".
Ele é muito inteligente, teimoso esforçado e vence na vida basicamente para contrariar o pai. Ela é uma pessoa decidida que, no machismo da época, aprendeu muita coisa sozinha.
Ele é íntegro, ao contrário dos canalhas engraçados de Chase. Cheio de princípios, se vê atormentado por não pode "sequer encostar na irmã do amigo". Ela... bom... ela? Ela quer se enroscar e encostar nele, sente vários sinais corpo afora, mas não liga uma coisa à outra porque é ingênua demais.
Em uma sociedade "casamenteira", armam o diabólico plano de fingirem estar envolvidos para evitar que lhe arrumem pretendentes. Se apaixonam, se casam e fim. Bom, vivem o conflito que precisavam viver para descobrirem que podem superá-lo juntos.
O ponto cômico do livro (único, aliás) são as notícias de um sensacionalista da época, escolha feliz e adequada para os inícios de cada capítulo.
O romance de Simon e Daphne é leve, proibido e (por que não?) meigo. Eu resisto a usar a essa palavra, mas é a mais adequada: bonitinho.
Diferente dos canalhas de Chase, não conta os dois lados das situações com tanta criatividade, ainda que focalize nos sentimentos de um e de outro alternadamente.
Li de uma tacada só, direto até o final, feliz e sem pretensões, como era de se esperar. 6 horas relaxando a cabeça com um livro simples, clichê, romântico, previsível...
Toda a obviedade do livro não lhe tira o charme de cumprir o fim a que se destina: contar um romance com construções simples e acessíveis. Não quer passar mensagens importantes ou complexas. Por isso mesmo, podia custar R$ 2,00 e ser vendido nas bancas de jornal. Ah! Claro! Ele é vendido nas bancas de jornais... mas custa exorbitantes 15 pratas! E é o tipo de livro que se deve comprar em e-book para não ocupar espaço na prateleira.
Julia Quinn é uma quarentona americana que já ganhou muito dinheiro com a série "Os Bridgertons", da qual este é o primeiro dos 8 livros. Tem várias "notícias boas" para colocar no currículo - menções no The New York Times, obras traduzidos para 26 idiomas, é a autora mais jovem a entrar para o Romance Writers of America’s Hall of Fame e por aí vai. É uma das produtoras de ovos de ouro da Arqueiro.
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PS. Atualizando aqui: Julia Quinn segue ganhando dinheiro. Agora, com a série de televisão!