Seduzida por um guerreiro escocês - Maya Banks

 


Lá nos idos de muito tempo atrás, li esse livro pela primeira vez e resenhei. Muita coisa mudou desde então... Adoro releituras das minhas resenhas, especialmente para eu ver o quanto minha opinião e meu conhecimento  mudaram. :)

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O mensageiro empunhava o lençol branco em seu estandarte para avisar que vinha em paz... Eu abri a missiva que, em letras garrafais, dizia: "'Seduzida por um Guerreiro Escocês' com 50% off". Pensei "Ele não veio em paz! Declarou guerra à minha curiosidade! Vou invadir esse clã! Preparem-se, xícaras de café, porque será mais uma noite de poucas horas dormidas."

Foi o título que chamou minha atenção, ainda que o nome da autora esteja grande demais na capa, quebrando a harmonia (e cumprindo o papel de avisar aos leitores que é mais um livro para entrar na lista do NY Times - não pelo texto em si, mas pela autora). A expressão "Guerreiro Escocês" foi o tiro de misericórdia para mim... "guerreiro escocês"... Já imaginei um homem enorme, cabelos longos, olhar austero, kilt... ops! Kilt quebra-clima... Mas vamos lá.

O livro traz a história de Eveline e Graeme, frutos de clãs rivais, que são obrigados pelo rei a se casar para selar a paz.

A menina parece louca e é vítima de preconceitos mil pelo próprio clã, ainda que a família demonstre claramente o amor por ela. O guerreiro, lord (a autora usa outro nome parecido - laerd) de seu clã, precisa gerar herdeiros para a continuidade. Não obstante, com a ameaça de serem "perseguidos" pelo rei, ambos (Graeme e o pai de Eveline) selam o acordo e fazem o casamento acontecer.
Como era de se esperar, a primeira impressão que um tem de outro é de espanto perante a beleza (ou o appeal, no caso da menina com relação ao cara, já que ele não era o mais bonito dos irmãos). Claro, ela não é maluca, o que inviabilizaria o óbvio final feliz. Mas ninguém percebe isso, exceto a astuta irmã mais nova do laerd.

Ele "sente" que há algo nela que ele não sabe. Percebe que ela olha demais para sua boca e se incomoda com isso. Sente atração por ela, mas é respeitoso demais para fazer qualquer coisa a uma menina que não entenderia o que se passava. Isso, vindo de uma figura máscula e viril, é o sonho de 95% da mulherada.

Ela quer consumar o casamento. Chega a beijar o homem, abraça-lo na cama... Ele resiste heroicamente. Pronto, conquistou mais 1% da mulherada.

Então, ela, que não falava há 3 anos, dá um grito gutural para se defender de mais uma zombaria das mulheres do clã. Algo estala na cabeça do guerreiro: "ela fala?" E então, paciente, educada e respeitosamente, leva a esposa para o quarto e consegue extrair a verdade. Paciente, educada e respeitosamente - e, agora, muito feliz porque ia consumar o casamento com a mulher que almejava - defende ela com unhas e dentes no reino. Mais 1% de mulheres querendo o cara.

A primeira noite dos dois é outro sonho (e começo a achar que é essa a principal atração da leva de romances de banca que tem feito sucesso e recheado a lista do nada exigente NY Times). O viril guerreiro é cuidadoso e focado no prazer dela - preocupando-se, inclusive, com a dor pela primeira "investida". E ganha mais 1%.

Nesse momento, pouco depois da metade do livro, meu Kindle informou que estava ficando sem bateria. Eu, assim como a heroína do livro, dei um grito gutural depois de 3 horas de silêncio compenetrado: "Nãããããõooo!!!!!" Eu precisava ler até o fim!

O cara leva uma flechada de outro cara vestido com a roupa do clã da menina. Momentos de tensão... Ele fica bem. Ela fica feliz. Ela está toda dolorida, faminta (aparentemente a milady do clã ficou dias sem comer) e fraca. Ele fica tiririca da vida com isso. Eles cuidam um do outro. O amor é lindo.
Comecei a pensar: "agora vem 20% de enrolação". Mas não! Outra emoção deixou o final bem interessante. Para completar os momentos de tensão da história, o maldito desenho da bateria com uma exclamação apareceu na tela do bendito Kindle! De toda forma, eu não vou contar os últimos 15% do livro! Vai ter que passar o que eu passei pra saber!

Eu chorei em muitos momentos emocionantes. Não ri em nenhum, porque não tinha nada pra rir.
Fiquei feliz no final. Lógico, porque o final nunca poderia ser diferente do que é. Exceto por um detalhe: descobri que é o primeiro de uma série que leva os sobrenomes dos clãs! Como assim? Tem mais? Não estraga, Maya Banks! Tem histórias que merecem um livro só!