Há muito tempo não sinto tanta dificuldade em terminar um livro. Esse é o segundo livro (acho que são 3) e, honestamente, eu tinha até gostado do 1 (The book of Azrael). Tanto que comprei logo o 2 pra começar. Infelizmente, ele vai entrar na prateleira porque não aguento mais empurrar com a barriga.
Depois de perder a irmã, Dianna pira na batatinha. Determinada a destruir o mundo, sai disseminando tudo o que vê na frente. Percebam: eu compreendo o luto e a dor.
[...] there was no fighting - not against vengeance, not agains ruin, not agains death.
([...] não há luta - não contra vingança, ruína, morte.)
O desespero dela no início é palpável, super bem descrito. Depois, ela mesma deixa de focalizar na dor do luto e foca na raiva da vingança. A condescendência do Samkiel torna ele e a Dianna tão vilões quanto Kaden, e pode ser que seja exatamente o que a autora quer - fazer o leitor repensar seus heróis. Entretanto, cansou. 300 páginas de mais do mesmo, cansa.
[...] the rage, anger, and hate disappeared for a mere second. My magic felt it, too. The harmful power she held around her as a shield fractured, as if his name was a lover´s song.
([...] a raiva, a fúria e o ódio desapareceram por um segundo. Minha mágica sentiu isso também. O poder violento que ela mantinha ao próprio redor como um escudo havia fraturado, como se o nome dele fosse como a canção de um amante.)
Essa frase eu tirei de 3% do livro. E até a parte em que eu parei (50 e poucos porcento, nada tinha realmente mudado).
Samkiel perdoa absolutamente tudo o que ela faz. De tentar destruir o mundo a quase matar um dos amigos dele, o cara não tá nem aí. "Ela é minha", e dane-se. "Ela está sofrendo", e dane-se. Ele se torna um grande banana.
"Do it." I angled the tip of her blade above my heart. "If you are truly gone, I refuse to live in a world without you, so you´ll have to angle it farther to the right. That´s where a god´s heart lies, and mine already belongs to you, so do with it what you will."
("Faça." Direcionei a ponta da espada dela para o meu coração. "Se você realmente foi embora, me recuso a viver em um mundo sem você. Então você vai precisar mirar mais para a direita. É ali que mora o coração de um deus, e o meu já pertence a você. Então, faça o que quiser c om ele.")
Depois de séculos de um retiro irresponsável, ele se apaixona pela menina (que obviamente é a amata que ele supostamente perdeu - ela devia ter morrido, como bem explicado, ou realmente morreu nas mãos de Kaden quando a transformou no IG qualquer-coisa).
I felt something in me shift. A part of me cracked and died while something else awoke and crawled beneath my skin.
(Senti algo mudar em mim. Uma parte se quebrou e morreu enquanto outra acordou e rastejou sob a minha pele.)
Como ele a ama, ela pode tudo. Percebam: a Dianna não mata apenas os envolvidos no assassinato da irmã, ela mata muita gente inocente no processo. E esse ciclo: destruição-perdão-justificativas se desenrola por muitas páginas. Muitas. É cansativo. A história não desenvolve, ficando mais de 50% (o livro físico tem 630 páginas) no mata-e-esfola.
A ideia de que Azrael está vivo e Kaden "o tem" em algum lugar passa pelo livro em meia frase. Nem mesmo Samkiel e seu séquito "The Hand" ligam pra informação, nem sequer se dão ao trabalho de procurar.
O livro de Azrael, que deu título ao livro 1, se torna outra linha mal explicada. Ele conta como Samkiel pode morrer e parece que ninguém está nem aí pra isso.
De repente, a autora decidiu jogar uma "justificativa" (fraquíssima) para as atitudes do Kaden, como se ele estivesse sendo "obrigado" a fazer o que faz. Foram dois ou três parágrafos que passaram quase como um borrão no meio do processo da Dianna.
Roccurem (o tal espectro que vê o destino) solta frases aleatórias pelo livro - provavelmente uma maneira de manter o leitor preso. Não funcionou.
As longas passagens de tempo parecem uma grande embromação.
Cheguei numa parte em que a Dianna perdeu os poderes (burn out foi a explicação moderna) e o Samkiel está com os conselheiros e os amigos do gupo The Hand. Vincent parece ser o único que enxerga o meu ponto de vista:
She destroys a city or two, takes lives, and then gets a vacation in a castle you´ve rebuilt for her?
(Ela destrói uma cidade ou duas, tome vidas, e tira umas férias no castelo que você reformou para ela?)
Are we just forgetting about all the destruction she´s wrought after one random act of kindness?
(Estamos esquecendo sobre toda a destruição que ela provocou após um único ato de bondade?)
Enfim, desisti. Talvez eu volte algum dia.