Depois de reler "An ember in the ashes", eu estava ansiosa para agarrar o livro 2. Dessa vez, ao invés da narrativa apenas de Laia e Elias, vemos o ponto de vista de Helene - uma forma de a autora contar outro lado da história, o que acontece longe dos protagonistas.
Elias e Laia terminaram o livro 1 em uma fuga espetaculosa, na qual ela o convenceu a ajudá-la a salvar o irmão em uma das prisões mais sinistras do reino. A princípio, o rapaz está na prisão de Warden (um torturador impiedoso que conhece muitos segredos) porque sabe fazer espadas que vencem os Máscaras.
O primeiro obstáculo que enfrentam é a cretina da mãe dele, a Comandante, que envenena o rapaz com um composto de morte lenta. No primeiro desmaio, ele vai parar "do outro lado", onde encontra uma gênio que diz que ele já está morto, só não descobriu isso ainda. É simbólico. Na verdade, o que ela quer dizer é que a morte dele é inevitável.
Enquanto isso, a amiga dele, Helene, assumiu como "mão de ferro" do imperador, Marcus, o cretino. O primeiro trabalho: encontrar e torturar o Elias em praça pública. Ela diz que sim, mas com o coração apertadinho. "Por que ela não matou o imperador?" é a pergunta que me fiz no livro todo. Certa feita, alguém invade o quarto dela:
Once upon a time, a girl and a boy tried to escape a city of flame and terror. In this city, they found salvation half-touched by shadow. And there waited a silver-skinned she-demon with a heart as black as her home. They fought the demon beneath a sleepless spire of suffering. They btought the demon low and escape victorious.
(Era uma vez, uma menina e um menino que tentavam escapar de uma cidade em chamas e terror. Nesta cidade, eles encontraram a salvação tocada pela sombra. E lá estava uma demônio de pele prateada e um coração tão negro quanto sua casa. Eles lutaram contra o demônio sob uma torre insone de sofrimento. Eles derrubaram o demônio e escaparam vitoriosos.)
Essa pessoa, que era quase uma sombra triste no livro 1, me surpreendeu - a Cozinheira, capaz de subjugar a habilidosa guerreira. Aliás, tenho certeza de que ela vai voltar em livros futuros, porque acabou firmando uma aliança com Helene.
Outra pessoa que aparece na vida de Helele é Harper Avis, um "olheiro" da Comandante que acaba se revelando outra pessoa mais pro final.
Enquanto seguem sua jornada, Laia e Elias acabam encontrando Keenan e Izzi, que os seguia. E aqui devo dizer que fiquei bem incomodada com a divisão de Laia sobre Elias e Keenan. Sou romântica e esperava que ela não tivesse dúvidas. Mas vamos em frente.
Eles também encontram caravanas de "ciganos", inclusive a família do Elias, em um momento bem tenso do livro. Tenso e emocionante. Enfim, a mãe dele é capturada por Helene e sua gangue da Black Guard.
Enquanto isso, a Comandante está armando o bote para assumir como imperatriz. Ela é, decididamente, uma antagonista forte e focada - quer acabar com absolutamente todo mundo, sem aliados. Sentimos uma raiva louca dela praticamente durante todo o livro e ficamos esperando para descobrir o motivo de tanto rancor.
Seguindo...
Elias continua desmaiando e, cada vez mais perto da morte, ele se convence de que precisa deixar a "caravana" de Laia e "acelerar o passo" para salvar o irmão dela a tempo da sua derradeira despedida. Ajoelhado ao lado dela enquanto a menina dorme, ele sussurra:
You are my temple. You are my priest. You are my prayer. You are my release.
(Você é meu templo. Você é meu sacerdote. Você é minha oração. Você é minha libertação.)
Fiquei arrepiada. Que declaração, meu povo! E que pena que ela não ouviu! Será que ela não podia nem ter ouvido como um sonho? Seria tão ridiculamente romântico!
A Laia tem seus momentos bons, especialmente quando ela mostra a gana de salvar os injustiçados e vitimizados. Porém não gostei tanto dela nesse livro. Ela segue apegada ao bracelete da mãe (que é peça-chave na história) até fazer a besteira de entregá-lo. E ela descobre um estranho poder: o de desaparecer. Providencial, é claro.
Helene, a amiga de Elias que precisa matá-lo, também tem um dom, a cura, que foi manifestado no livro 1. Ela tem medo dele, mas sente que é especial.
Há várias mortes nesse livro - Scholars, amigos, familiares. Uma delas é muito sentida pela Laia, que acaba caindo na lábia de Keenan. Como todos os livros de romantasia, logo vemos quem é o cara que fortalece a mocinha e quem é aquele que, de tão "protetor", chega a ser um "abafador".
Depois, descobrimos quem Keenan é de verdade. Várias pistas são deixadas ao longo da metade do livro pra frente, e me parece que a informação "nasceu" de repente.
Perhaps grief is like battle: After experiencing enough of it, your body´s instincts take over. [...] you harden your insides. You prepare for the agony of a shredded heart. And when it hits, it hurts, but not as badly, because you have locked away your weakness, and all that´s left is anger and strenght.
(Talvez o luto seja como uma batalha: depois de vivenciar o suficiente, os instintos do seu corpo assumem o controle. [...] você endurece seu interior. Você se prepara para a agonia de um coração despedaçado. E quando bate, dói, mas não tanto, porque você trancou sua fraqueza, e tudo o que resta é raiva e força.)
Laia chega na cidade onde estão presos o irmão e Elias. Em um plano doido, conseguem salvar o irmão e vários prisioneiro. Mas, enfim, o mocinho morre. Sim, meu povo. Ele morre, mas consegue "perambular pelo mundo dos vivos" quando assume o trabalho da antiga "pescadora de almas", tudo para ficar perto da Laia (está óbvio).
Nesse momento mais agitado do livro, rola uma confusão. Warden é comandado pelo jinn Nightbringer. Porém não tem motivo de manter o irmão da Laia preso se o interesse é na Laia. Fiquei um pouco confusa com os interesses. Warden interroga Darin, mas não sobre a prata. Sobre Laia. Por quê? Não é apenas por causa do bracelete, e nem tem motivo para manter o Darin preso. Sendo o Nightbringer quem é, não precisava ter mantido o irmão da moça preso e nem mantido ela na cola da Comandante. É confuso e, me parece, falta alguma lógica. Talvez, pensando aqui com os meus botões, ele quisesse informações sobre a Laia para se aproximar dela. Porém... não sei. Não faz sentido mesmo assim.
A guerra está para estourar, o imperador idiota segue achando que sabe tudo, Helene não consegue sentir raiva de Elias, Elias e Laia parecem viver entre o vai-não-vai (ainda que o relacionamento dela com Keenan não tenha gerado o efeito enciumado que eu achei que geraria no rapaz).
Terninamos o livro 2 sabendo que o 3 trará, além de tudo, a visão do Nightbringer. Será que vai ficar mais enrolado?